quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Reflexões de um Tolo Incorrigível




Reflexões de um Tolo Incorrigível

Sem a Ilusão Sobre A Neutralidade

Não posso corrigir-me ao sabor da mudez e calar-me. Tenho esta mania pueril que não me abandona.
Creio na verdade e gosto de pensar que todos colocam o bem acima do lucro pessoal. Mas sei que sou um tolo — o mundo já me provou isso inúmeras vezes. Ainda assim, se eu abdicar de quem sou, nada mais me restará. Serei apenas um espectro errante, fingindo ser aquilo que busca apenas agradar os outros.
Lamento se não posso ser quem desejariam que eu fosse. Posso apenas prometer ser-me fiel, com força e coragem.
A verdade é que há momentos em que ser apenas justo ou correto torna-se impossível. Existem tempos de luta e tempos de guerra. E são nesses momentos que eu gostaria de ser como aqueles que sabem ferir e enganar—e que, ao fazê-lo, não se veem depois tomados pelo arrependimento e pela penitência. Pois esses momentos sempre deixam feridos em ambos os lados.
O problema, para mim, é filosófico. Tenho esta necessidade incessante de compreender tudo, até mesmo aquilo que torna a vida mais árdua. Deixo-vos, pois, uma reflexão:
O pecado… O que será o pecado?
O pecado é tudo aquilo que não gera o bem. É simples: tudo quanto não é bom, belo e justo traz em si a marca do mal. Mas não o mal no sentido demoníaco, e sim no sentido de não promover o bem. No fundo, tudo quanto gera injustiça é mau. Nenhuma injustiça pode jamais ser bela, ainda que traga vantagens ou pareça divertida. E toda beleza que não é boa e não faz o bem não passa de uma ilusão.
Pode parecer complexo, mas é de uma simplicidade essencial. Ocupo-me com o bem e, por isso, quando vejo algo injusto ou errado, não desejo que outros sejam prejudicados. Sei que é difícil, pois nada é inteiramente bom ou inteiramente mau. Mas, quando percebo algo evidentemente injusto, se eu simplesmente me omitir, estarei pecando. Na Igreja, chamam isso de pecado por omissão. Para mim, é simplesmente covardia.
Sei que não é fácil ser amigo de alguém como eu. Tenho poucos amigos e tampouco me iludo, pensando que todos aqui me vejam como um. Mas o que posso fazer? Sou assim. E, ainda assim, amo a todos.

https://poemasdedantelocatelli.blogspot.com/2025/02/reflexoes-de-um-tolo-incorrigivel.html

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Sem Medo da Grandeza

Sem Medo da Grandeza

Dante Locatelli

Como poderia eu temer
aquilo que me fascina,
o que me faz crescer e pairar
acima de todas as coisas vãs?

Poderia eu, sim, ter medo,
se me imaginasse pequeno,
se minha imaginação fosse pouca,
acanhada, reticente,
diante da proximidade do grande.

Uma mente pequena
teria medo da grandeza,
do impulso de crescer,
de tornar-se maior.

Mas como temer covardemente
o carro que foi um raio,
partiu com o som do trovão?
Se esse não viveu em vão.

Ter medo do quê?
Se aquilo te engrandece,
ajuda-te a crescer,
torna o impossível possível
e agora já está
diante de tuas mãos?

Entrega-te a ela
Lutando contra o que é pequeno.
Deixa a grandeza te levar.
Controle-a no desejo graúdo.
Ser tão vasto quanto é o amar.

Deseja-a. sempre.
Pois sem ela, nada seria.
Tudo será como sempre foi.

No mundo do porvir,
jamais se pintaria.
Apenas um esboço,
em carvão no fundo alvo.

Nos nossos desejos,
em vermelho e preto,
nos nossos amores,
com nossas lágrimas e pudores.

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Sem Medo da Grandeza


Sem Medo da Grandeza

Dante Locatelli

Como poderia eu ter medo
daquilo que me fascina,
do que me faz crescer e pairar
acima de todas as coisas vãs?

Poderia eu, sim, ter medo,
se me imaginasse pequeno,
se minha imaginação fosse pouca,
acanhada, reticente,
diante da proximidade do grande.

Uma mente pequena
teria medo da grandeza,
do impulso de crescer,
de tornar-se maior.

Mas como temer
o carro que, como um raio,
partiu o som como um trovão?
Esse não viveu em vão.

Ter medo do quê,
se aquilo te engrandece,
ajuda-te a crescer,
torna possível o impossível
e agora já está
diante de tuas mãos?

Entrega-te a ela
e deixa-te levar.
Controle-a com teu desejo de ser.

Deseja-a. Sempre.
Pois, sem ela, nada.
Tudo seria como sempre foi.

No mundo do porvir,
jamais seria pintado.
Estaria apenas em croquis,
em preto e branco,

nos nossos desejos,
em vermelho e preto,
nos nossos amores,
com tantas lágrimas e pudores.